11 setembro 2007

vou ser, talvez, acusado de 'patrioteiro', de perigoso ultramontano - ou de reaccionário, quem sabe.
estou de consciência tranquila.
não sou adepto deste desporto e reconheço nele um certo traço elitista com que não simpatizo (elitismo de origem social).
ao mesmo tempo, gosto de pensar que sou honesto intelectualmente - por isso mesmo, vejo neste mesmo desporto traços de 'gentlemanship' e cortesia que gostaria um dia de ver no sistema de valores e no código de conduta de qualquer pessoa.
não me interessa nada o exemplo de virtude nacionalista, os quintos e sextos impérios por cumprir, tenho pavor de teorias de supremacia avulsa, eugenismos de pacotilha e improváveis missões divinas.
apenas, como ser humano, gostei de ver - de sentir - que há momentos na vida em que devemos dar o nosso melhor, acreditar até ao fim, contra tudo e contra todos (menos contra nós e a nossa essência espiritual). há momentos em que nos transcendemos. e esse estado de exaltação interior, em seres humanos normais como eu, pode transformar-se numa coisa bonita: deixar as emoções virem ao de cima, perder a vergonha de dizer que nos emocionamos. dizer longo foi o caminho, ínvio foi o caminho.. mas valeu a pena.
o vasco uva levanta-se às 5 da manhã. vai treinar. trabalha (muito ou pouco, alguma coisa será), volta a treinar. há anos.
foi considerado o melhor jogador em campo no jogo entre portugal e a escócia (umas das melhores selecções do mundo, desde sempre), contra todas as probabilidades.
hoje, abro um parêntesis no jardim, para vermos outra vez a selecção de rugby a cantar o hino nacional.
o que importa não é o hino; o que importa é que desta gente se diga: estão vivos e mostraram, uma vez mais, que não há derrotas inevitáveis (mesmo quando perdemos, por contraditório que pareça) e que, mesmo quando perdemos, há uma ética na derrota que merece o nosso espanto. começa normalmente em pessoas que de si podem dizer: fiz o meu melhor; ao menos tentei, o melhor que pude e que soube.

a vida é também isto.

2 Comments:

Blogger Abssinto said...

Quanta força...! Perderam, não foi? Concordo que é um desporto elitista. Como a tourada, como a esgrima. No meu ginásio ha um grupo de forcados riquinhos (devem ser uns 6 ou 7) que praticam boxe e fazem rugby, como se homem para o ser tem que fazer desportos viris...bem mas sociologias aparte estou contente por a seleccão de Rugby, apesar de nao ser "profissional" ter chegado ali. E que vá mais longe, se conseguir...:)

quarta-feira, setembro 12, 2007 10:12:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

concerteza, qualquer destes homens teria muito a ensinar aos do futebol.
muito

dad

quinta-feira, setembro 13, 2007 7:41:00 da tarde  

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