11 agosto 2008

pôes o avental, preparas a instrumentação,
contas ingredientes: fermento, açúcar, sal,
ajeitas a mão e treinas o golpe e a intenção.
enquanto relembras receita, truques, etc e tal.

depois da ciência, em esforço e método,
esperas a arte da alquimia e a inspiração
que te transformarão de artista moderno
em visionário da gastronomia em ebulição.

cuidado, rapaz-de-avental-posto, em guarda!
qu'isto de cozinhar palavras é perigo imenso:
sabores, aromas e mais devaneios em barda
podem fazer da palavra arma - e de ti incenso.

podes desvanecer-te num minuto, nem tanto!,
e incenso nunca será de cozinha grande chefe.
ainda acabas a cozinhar em lume brando
a carne tua no sangue que em ti ferve.

a gastronomia sempre foi arte e da maior,
cozinhar palavras não é assim tão diferente:
tarefa sápida de, pelos sentidos, matar a dor
que o poeta que em ti arde, sente e cala
que o poeta que em ti fala, esconde (e mente).

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

que privilégio tenho em acompanhar a vossa amizade que se apura com o tempo, que se enriquece com estes gestos...estou feliz.

segunda-feira, agosto 11, 2008 11:48:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

;-)
se estás feliz, felizes estamos nós.

flores para ti, akapink!
(e obrigado).

gi.

segunda-feira, agosto 11, 2008 1:24:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Aquele abraço, aquele sorriso.
L.

segunda-feira, agosto 11, 2008 6:51:00 da tarde  

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