15 março 2009

domingo à tarde

há nesta corte do norte desvalida
um último resquício de esperança:
enfrentar o cortejo de morte em vida,
rebentá-lo por dentro exactamente
como o balão esvaziado pela criança.

falta na última estrofe batina, cimento,
lógica cartesiana, cola semiótica, algo assim
capaz de explicar aos ímpios do momento
de que fala realmente a palavra que cala
a coisa morta que afinal vive em mim.