01 abril 2009

"de vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinos, dos cristais. e então, das duas uma: partem-se ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.

no segundo caso, o homem que não dorme pensa: 'o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo o peso do sangue sobre a metade mais gasta do meu corpo, esmagar o coração.'"


carlos de oliveira




[um dia destes, num rádio digital perto de si, a sair de uma qualquer estação, a poesia do senhor carlos de oliveira.]


sonhos
enormes como cedros
que é preciso
trazer de longe
aos ombros
para achar
no inverno da memória
este rumor
de lume:
o teu perfume,
lenha
da melancolia.


carlos de oliveira

1 Comments:

Blogger Abssinto said...

Uma referência/preferência/reverência enorme por este senhor. Obrigado por o trazeres, Gi.

quinta-feira, abril 02, 2009 1:03:00 da tarde  

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