26 fevereiro 2010

- fuck you, pal!
atirei-lhe de rajada
- sabes, pá, há mais grandeza dos olhos daquele miserável a que hoje ofereci meio palmier do que nesse teu discurso vazio e balofo, nessa pose chico-esperta de arrivista encartado. que sabes tu das coisas do mundo? que sabes tu das coisas dos céus? que sabes tu de ti ou de mim?
acrescentei, sem deixar cair as palavras, como fazem os putos bons de bola
- há uma certa dignidade em sentirmos repulsa, sabes, pá? não, não sabes, podes lá saber.. mas há. não é bonito, mas quem disse que tem que ser bonito? ninguém no seu perfeito juízo.
aprestava-me para concluir a minha articulada e nada elegante intervenção
- fuck you, buddy.
mas já não restava nada de nada, o esplendor vazio da forma ao mais que perfeito serviço do receptor, baralhando os clássicos elementos do sistema comunicacional.
- e  o sporting? aquilo é que foi, hein?
e desapareci da rodela de câmara, panavision, que escondia o rosto do cameraman de ocasião.
- corta!
e ficámos assim. o que também não está mal.