19 abril 2010

a vida é uma coisa, por vezes, extraordinária. como se não soubessemos nós, desde tenra idade, que a vida só pode ser uma coisa assim, fora da ordem normal das coisas, ou não fosse, desígnio de Deus, metafísica agnóstica ou prodígio científico ateu, uma espécie de self fulfilling miracle.

às vezes, não é preciso muito para constatar este facto. vamos considerá-lo como facto, para não enveredarmos por longas dissertações em torno da "filosofia do ser". é um facto que é um milagre qualquer. qualquer deve ser aqui entendido (e entoado) como mera muleta de linguagem, dando ênfase ao substantivo a que se refere. temos, pois, que a vida é um qualquer milagre - um milagre, portanto, venha o qualquer sob a forma de sufixo ou prefixo gramatical.

isto tudo para dizer o quê? que lev tolstói - esse mesmo - escreveu, nos seus tempos ainda de jovem adulto, uma novela chamada "cossacos". ao ler uma recensão sobre a mesma, reparei num parágrafo inteirinho que caracterizava pscológicamente o herói - aspas - da história: um bravo militar de 23 aninhos.

o que é que isto tem a ver com aquilo e o que é que aquilo tem a ver comigo? amanhã ou assim, quando colocar aqui a descrição do nosso rapaz vocemessês vão entender direitinho. não é que, afinal, fui escrito por um dos mestres absolutos russos, ainda o século XX estava longe de começar a ser imaginado?

força de expressão, dirão alguns. pois, pois. eu depois digo-vos. eu depois conto-vos. eu depois explico-vos.

assim vai o mundo, de socalco em socalco, até ao sopapo final. ou será ao contrário? whatever, buddies, whatever.