09 junho 2010


nada como uma voltinha por um grande hospital urbano, especialmente se com o coração apertado, para nos passar uma certa "malaise". não é um exercício agradável. mas não deixa de ter um carácter formativo nada negligenciável.

e de repente, de onde não se espera, sai-nos ao caminho uma "clarinda", 38 anos, filha de 16, bata azul apenas digna, fazendo verdadeiros milagres com a sua psicologia de quem já viu muito, de quem, adivinhamos, já terá visto quase tudo. bem-haja, minha senhora. deve saber tanto de internet e blogs como eu da vida bem vivida - nisso somos próximos. e noutras coisas que não cabem aqui.

perto do lugar oficinal, o manuel de freitas - himself - atravessa a estrada e atravessa-se à frente do nosso circunstancial táxi. quem diria que aquele rapaz, de melena negra e olhar ensimesmado, é um corajoso editor, um lúcido crítico e um dos maiores poetas contemporâneos, em língua Portuguesa? aquele exacto rapaz, de calças ruças e blusão desportivo. quantos manéis terei visto hoje, ao longo da minha jornada?

entre a minha novela televisiva e hospitalar das terças - guilty pleasure, pois claro - e esta minha quarta-feira vai todo um mundo de proximidade e outro tanto de distância. assim sendo, contas feitas, ficamos exactamente no mesmo sítio. mas diferentes.

nunca regressamos inteiros ou iguais de lado nenhum.

[nota mental: rever tudo, outra vez.]