06 julho 2010


sentado num café sob as arcadas
arriscava o trapézio das palavras
em busca de zénite e de perfeição.

ignorava, rapaz que era outrora,
que nenhum poema se aproximava
do teu rosto - plenipotenciária faísca.

agora, que quase caí do trapézio,
(o que explica o longo vocábulo)
rio-me dessa inocência.. juvenil

que teimava em ganhar com palavras
um jogo especioso e caprichoso.
sol de inverno? poesia? maresia?

disparate, poeta. o jogo, como dantes,
é esse teu rosto, esculpido e feminil.