30 setembro 2010


abdicação

toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
e chama-me teu filho. eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
o meu trono de sonhos e cansaços.

minha espada, pesada a braços lassos,
em mão viris e calmas entreguei;
e meu ceptro e coroa — eu os deixei
na antecâmara, feitos em pedaços.

minha cota de malha, tão inútil,
minhas esporas de um tinir tão fútil,
deixei-as pela fria escadaria.

despi a realeza, corpo e alma,
e regressei à noite antiga e calma
como a paisagem ao morrer do dia.

fernando pessoa

um dos clássicos escritos por kurt weill mais vezes objecto de interpretações, ao longo das últimas décadas, é a conhecida "september song".

porque as coisas são sempre abordáveis através de diversas lentes e também porque hoje é o último dia deste setembro, deixo-vos uma versão radical da canção. os young gods, banda que pratica um rock minimalista, desconstrutivo, incorporando elementos vindos das electrónicas e da chamada "música industrial", resolveu dar a volta à canção.

no fundo, perdida a ganga, fica só osso - bem se poderá dizer do resultado. notável também - naquele sentido em que certas estranhezas produzem admiração no plano das ideias, mesmo que sem adesão emocional ou estética - a forma como desaceleram uma canção já de si lenta, como que parando-a no tempo, ao mesmo tempo que a decompôem em partículas que quase intuímos, que quase "vemos no ar"..

não, não é uma coisa exactamente bonita. não, não é sublime, como nós gostamos. mas ensina qualquer coisa. e isso é sempre, já sabem, precioso.

the young gods, ladies and gentlemen.

29 setembro 2010


28 setembro 2010

o pior inimigo do "blogger": a auto-censura. o segundo pior inimigo do "blogger": a pretensão de que é possível continuar "a vida lá fora", como era dantes.

não é. e não é, porque quem lê, assimila, desde logo - e interpreta e atribui e condiciona-se, etc, etc. mas não é, também, porque o sujeito é ele próprio um outro - um saltinho rápido e concluímos que quem tinha razão era aquele francófono rapaz que dizia "je suis un autre". sem dúvida, apesar de sabermos que não estaria a falar da era dos blogs, naturalmente.

as boas teses, os bons "insights", têm essa curiosa característica: resistem ao tempo (mesmo se séculos); resistem à alteridade (mesmo quando mudança de paradigma).

dizia, já plenamente consciente, que me apetece escrever algo assim:

um trago generoso de rock and roll, uma porção q.b. de boa poesia e um twist de ultra-violência vintage. o caminho mais curto para a abdicação zen.

dito isto, o número de convites, lá fora, para tomar café vai diminuir a olhos vistos. bem me parecia. ou de como, mais uma vez, será caso para absolutamente dizer: 'i told me so'.

que bom é escrever de coração ao vento.

aquele abraço. para ti também.

27 setembro 2010


'vivemos (entre) dois fogos: a utopia da lembrança e a utopia do desejo.'

mohamed berrada

25 setembro 2010


Johnny Cash


i hear Johnny Cash died of a broken heart
a love like that, the thing just tears you apart
i don't think that i have even come close
to love like that well, i think that you just know

mama smoked cigarettes on the porch each night
said it was the only thing helped her feel alright
and daddy went off nobody would say where
i want a love like Johnny Cash had for her

there's a lot of people in this big old world
there's a lot of boys and there's a lot of girls
i don't think the lonely really ever goes away
but maybe you can find somebody help you pass the day

grandma put on her best every sunday morn
went off to church to praise the Lord in all His glory
grandpa died sometime back and far away
grandma listened to Johnny Cash almost every day

i hear Johnny Cash died of a broken heart
a love like that, the thing just tears you apart
and i ain't expect too much from this beat up world
but oh, to have a love like Johnny Cash had for her
oh, to have a love like Johnny Cash had for her

Kelley McRae

24 setembro 2010


cadernos andaluzes



I. no dia no teu aniversário

toda a poesia é guerra, disse alguém
e quem sou eu para desdizê-lo?
por exemplo: hoje.
aqui, à sombra das laranjeiras e dos limoeiros,
bebendo nos lábios a fina luz da manhã,
contemplo séculos de história
e um complexo edifício-síntese,
combinando a memória do islão e do cristianismo
numa coexistência pacífica, comovente até.
qual o segredo?, perguntas-me.
e eu respondo-te: a ausência de seres humanos,
daqueles que estão ainda verdadeiramente vivos.
quer dizer: não é a completa ausência,
mas antes esse papel secundário
que todos os turistas desempenham
no grande esquema do mundo.
esta memória religiosa, arquitectónica,
mutuamente incrustada e indissolúvel,
faz-me lembrar eu próprio,
outra forma de dizer que me lembra a forma incontornável
como tomaste conta de mim.
por exemplo: hoje.
hoje, dia do teu aniversário, a centenas, talvez milhares,
de quilómetros de distância,
não deixas de estar aqui, e portanto de seres eu próprio,
tal como tudo o que ficou para trás e o que há-de vir
são extensões de uma essência presente qualquer,
como todo o amor que já morreu não deixará nunca de ser.
como tudo o que não há e que um dia houve ou um dia virá a existir.
nesta mesquita-catedral que me acolhe
em seus frondosos e intemporais braços,
é a ausência de vida quotidiana que permite um olhar doce,
desabitado de fantasmas e morticínios.
toda a poesia é uma jihad, uma guerra santa inclemente,
e agora sou eu que o digo.
entretanto, o dia entra em combustão,
o sol da andaluzia dá sinal de si,
regressam os passarinhos e o seu canto embalsamado.
cheira a verão, apesar de ser já setembro.

no dia dos teus anos, eu estava em córdoba,
e, tenho quase a certeza, um pedaço de ti também.

23 setembro 2010


de cara a la pared

foi talvez a nossa última canção.

oiço ainda os corpos a vincar a noite,
um campo minado de corações tristes
explodindo o rosto na parede.

muitas músicas depois
quando as paredes eram já outras
e nas caras se perdiam novos nomes

voltei a ela: ficara-me sempre, afinal,
um terrível verso solitário
e a culpa de a ter levado

a um coração onde as canções
morreriam de frio.

in 'small song', editora averno, 2010


escola secundária de tondela, 1987/1988. those were THE days.

back in the eighties - that era of joy for those born in the late sixties / early seventies -, i was in the highschool, somewhere in the portuguese countryside, a bit far from the big city and the bright néon lights.
i remember well one not specially gifted English teacher that by that time was trying to get some respect from a bunch of 'wild at heart young men'. one of the lectures was about the concept of 'generation(s) clash'.
i had the chance of, whilst being aside from the urban modernity, experiencing the power of music, films, books as ways of capturing student's attention, thus, ways of delivering true knowledge, stimulating our senses and our intellect in a totally different manner.
the mentioned topic ("the generation(s) clash") was illustrated by two songs: "she's leaving home", by those four-touched-by-the-hand-of-God-guys-from-liverpool, and "father and son", by cat stevens.
i've never forgotten some lessons:
a) in life, there are always two sides, even when you are one of those two sides..;
b) there are things very difficult to articulate. art is also about that - the ability to express what "can not" be expressed within the common day-to-day human language;
c) if you want to transmit something, be brave and creative, take risks.

this is the power of music: here i am, a kid with 14 or 15 years, in the middle of the eighties, with 10 tiny hearts instead of fingers..

22 setembro 2010


num tempo quase sem heróis, restam-nos alguns Homens.

21 setembro 2010


like it or not, a man of principles and courage. parabéns, paulo. de jogador a seleccionador nacional em seis anos.

20 setembro 2010

17 setembro 2010



i'm sentimental
so i walk in the rain
i've got some habits
even I can't explain
i go to the the corner
and i end up in spain
why try to change me now
i sit and daydream
i've got daydreams galore
cigarette ashes
there they go on the floor
i go away weekends
leave my key in the door
why try to change me now
why can't i be more conventional
people talk
and they stare
so i try
but that can't be
because i can't see
my strange little world
just go passing me by
so let people wonder
let 'em laugh
let 'em frown
you know i'll love you
till the moon's upside down
don't you remember
i was always your clown
so why try to change me now
why can't i be more conventional
people talk
and they stare
so i try
but that can't be
because i can't see
my strange little world
just go passing me by
so let people wonder
let 'em laugh
let 'em frown
you know i'll love you
till the moon's upside down
just you remember
i was always your clown
so why try to change me
why would you want to change me
why try to change me now

16 setembro 2010




em 1991, o senhor ryuichi sakamoto, rodeado por gente como david sylvian ou ingrid chavez (à data, a senhora sylvian), gravou e editou um disco chamado 'heart beat - break the code and read the message'. num registo mais downtempo ou mais upbeat, o resultado é o mesmo: we do can feel their heartbeats..


just to remember the endless summer in your life, the endless summer in your eyes.

14 setembro 2010



her kind

i have gone out, a possessed witch,
haunting the black air, braver at night;
dreaming evil, I have done my hitch
over the plain houses, light by light:
lonely thing, twelve-fingered, out of mind.
a woman like that is not a woman, quite.
i have been her kind.

i have found the warm caves in the woods,
filled them with skillets, carvings, shelves,
closets, silks, innumerable goods;
fixed the suppers for the worms and the elves:
whining, rearranging the disaligned.
a woman like that is misunderstood.
i have been her kind.

i have ridden in your cart, driver,
waved my nude arms at villages going by,
learning the last bright routes, survivor
where your flames still bite my thigh
and my ribs crack where your wheels wind.
a woman like that is not ashamed to die.
i have been her kind.

anne sexton


at the department of forgotten songs
there is a crying girl
she's lonely
she's just sixteen
or forty-five
she's been abandoned for almost all her life
she can remember the boy who kissed her
but it was meant for her evil b-side sister

13 setembro 2010


em veneza, um dos nossos mavericks preferidos - vincent gallo - voltou a fazer das suas. como polémico realizador de mais um filme feito para dividir espectadores ("promises written in water") e como premiado actor (em "essential killing", do polaco jerzy skolimowsky).
neste último filme, faz o papel de um taliban em fuga do exército americano, algures em paisagens desoladas, num terra de ninguém sem cartografia exacta. do princípio ao fim da película, consta que gallo não profere uma única linha de diálogo.
tirando este detalhe final - o silêncio como linguagem radical -, tudo o resto conhecemos bem. no fundo, todos estamos em fuga de coisas mais poderosas do que nós, sem que percebamos bem onde realmente estamos, nem para onde devemos fugir.
claro que o cinema do polaco nunca falou de outra coisa que não de princípios ontológicos: de onde vimos, para onde vamos, quem somos? o resto é pirotecnia circunstancial.
pior do que a artilharia norte-america é seguramente o poder bélico que emana da dúvida, da angústia, da dor sem nome. e dos teus lábios, de vez em quando.
essentialy, we talk about killing.. ourselves. mutual killing, better said.

12 setembro 2010



era 1995. billy corgan e os seus smashing pumpkins encerram-se em estúdio, guiados pela mão sábia de alguns dos melhores produtores pop da época, e criam um duplo álbum que marcou parte dos anos noventa. o título? um tratado, só por si: "melancholy and infinite sadness". canções a rasgar, como se diz na gíria, construídas com camadas de guitarras sobre camadas de guitarras, num quase wall of sound, sem perder de vista a força pulsante de bateria e baixo. disco arrebatado e arrebatador, a espaços, fruto da mente fervilhante de billy corgan, deu-nos canções como esta. convém não escutar isto, enquanto conduzimos. o resultado pode ser ir parar onde se não quer (ou quer, mas pensa que não quer). tonight, tonight.

in memoriam do senhor claude chabrol - mais um dos últimos grandes cineastas da escola francesa que tombou. ou que se acendeu para a eternidade. (riscar o que não interessa)


you don't know. you don't know how to ease my pain.

10 setembro 2010



- so, boy, have you returned safe from your trip..
- well, not so sure. not so sure.
- did you enjoy it, at least?
- yeah, it was great. pure beauty, that light.
- that's great.
- how did you find those cities you came across?
- two princesses, sevilha and granada. a small sister, córdoba. ancient, proud of their heritage and identity, warm and happy. but I didn't like toledo, that memory of a different, medieval, spain..
- not entirely a surprise, I must say..
- hein..? what do you mean?
- all the cities you've liked are named as women: sevilha, córdoba, granada. the one you did not enjoyed so much, well, guess its gender..
- what the hell. it seems you've made a point there.. what the hell. is that, am i, so bloody obvious?
- ..
- ..


isobel campbell, ex-musa e co-líder dos escoceses belle and sebastian (pop cândida, bucólica, num registo anacrónico e romântico), fez-se à estrada e à vida, por conta própria, já lá vão uns anitos.

terceiro disco, mais ou menos a meias com o senhor mark lanegan, habitual habitante de terrenos rock mais pesados.

a boy, a girl, a car - e a imensa e metafórica américa, ali à frente. a herança do blues, da white soul, da dark country, de uma vida feita de "try and error, try and error, error and error, try and try".

baby, come undone. oh yeah.




e há aquela linha pop que, ano após ano, faz das canções vitrais solares, uma espécie de batalha mais do que ganha contra a usura do tempo, as rugas, cicratizes - a ferrugem.

desta música pop se diz ser passageira eternização da juventude, passe o paradoxo. dias claros, praia em "slow motion", os sons que só nós ouvimos, as meninas a passear toda uma paleta de tons bronzeados de pele, o cheiro a maresia - um doce nada fazer diletante, desligado das coisas do mundo.

"surf pop", "solar pop", "pop estival", "flower pop", "summer pop", seja lá o que for, este ano passou por bandas como os avi buffalo ou estes the drums.

como diria o grande ruy belo, com maior beleza do que esta minha citação livre: triste coisa é perceber no inverno que era o verão a única estação..

baby, it's forever and ever, amen.

03 setembro 2010


i shall be back, in a few days. i hope.

claro que me lembro. estávamos no carro, nesses dias 'of wine and roses', em que i.trip era uma palavra nova, recém-inventada. a música que descobríamos era frenética, uma comoção permanente, ou não fôssemos ambos seres filhos dessa necessidade avassaladora de identificação - e a música, talvez entre todas as artes, é uma projecção fabulosa de todas as nossas cores interiores. claro que me lembro. estávamos no carro e por entre descobertas e descobertas e descobertas - pastilha elástica sabor a canela, o sabor a que sabiam os teus beijos -, escutei pela primeira vez a banda que havia de ser, algum tempo depois, a banda de uma geração. nunca mais gravaram nada assim e nunca mais gravarão, já se sabe. mas esse disco - 'funeral', de sua graça, suprema ironia - e alguns EPs anteriores (como o desta canção que aqui trago) fizeram dos arcade fire uma banda única. a intensidade da sua música, a entrega nos seus concertos - quem esteve em paredes de coura usa a palavra epifania, não raro.. -, toda essa furiosa conjugação de beleza e pungência e urgência e amor e violência fizeram desse disco, desta banda, desses dias.. a thing of its own kind.

todos nós conhecemos lugares onde não vão carros, onde não chegam aviões, onde não se vêem barcos. todos nós conhecemos lugares sem carros. esses lugares sagrados a que um dia voltaremos, em memória do que fomos ou em ensaio para o que viremos ainda a ser - pontos luminosos rasgando os céus vindouros.

mais não sei dizer, mas sei que é isto que sinto ao escutar os arcade fire, anos depois, e ao lembrar o sabor a canela e lágrimas e sonhos queimados.

ou de quando a poesia é música e a música é a vida e, tudo junto, se transforma num demolidor 'wall of sound'. numa 'devastação inteligente' (herberto helder). e eu, lá dentro (ou dentro de ti), a sonhar..

como diria o senhor alain resnais, é sempre a mesma cantiga. neste caso, um jogo de lágrimas - perdão, o jogo das lágrimas.

02 setembro 2010


às voltas com a natalie portman - linda, como sempre, no mais recente filme de darren aronofsky, chamado 'black swan'. um pulinho até ao 'lago dos cisnes', do senhor tchaikovsky, e em particular a cena intitulada 'the dying swan' - um dos testes para as grandes bailarinas clássicas. daqui é um saltinho até mergulharmos no mundo das primeiras bailarinas da história, e em particular das grandes damas russas. lembramos ainda um filmezinho de segunda, sobre este mesmo mundo da dança, datado de 1988, chamado 'étoile', com uma ainda muito jovem jennifer connelly em palco. passamos depois por essa mulher estupenda - desculpem ser tão directo - que é a nossa, salvo seja, ana lacerda - porventura acima daquilo que este país merece. linda e densa, intensa e arrebatadora. acho que vou escrever um livro sobre uma grande bailarina - há nelas uma mistura de religiosidade mística, beleza intemporal, espírito sacrificial, beleza pura, que me convém. não sei de onde é que isto apareceu, mas, já que apareceu, vamos a isso. nunca apreciei bailado por aí além, devo confessar. já quanto a bailarinas.. é toda uma outra história. mas isso era bom de ver, logo na primeira linha deste textinho. 'the dying swan' - ou da transcendência inatingível enquanto palavra conjugada no feminino mais que perfeito.

e há o eterno swing que só a música negra tem. do funk ao soul, passando pelo blues, jazz, nu-soul, passando por algum hip hop, jungle, e um longo etc., há esse eterno sainete que só gente colorida sabe dar às palavras - caramelizando-as, na justa medida, sem cair em excessos açúcarados, em adornos barrocos, em virtuosismos vazios, num qualquer kitsch pouco digerível (tudo isto é bem mais com os whities, se pensarmos bem).

como nesta cançãozinha simples simples - e, no entanto, linda linda. quando a simplicidade é bela, o mundo torna-se um lugar mais certo. e mais justo.

[às vezes, tudo o que um homem tem é um nome, um velho carro e a sua música. nunca me esqueci daquele amigo que, há mais de uma década - noutra vida, isso mesmo, noutra vida - me disse: 'aquele carro salvou-me'. eis uma coisa que nenhuma mulher entenderá..]

01 setembro 2010


ainda podemos sonhar com a perfeição,
mesmo se filmada com película antiga e muito grão?

ainda podemos sonhar com um qualquer coração,
mesmo se toscamente desenhado à mão?

ainda podemos sonhar, meu caro joão,
mesmo se for pura imaginação - especulação - reinação?

the black keys são mais uma das bandas que tratam o rock and roll por tu, neste novo início de década. um rock and roll sujo, cheio de rugosidades e bebendo em muitas outras fontes, para além do cânone rockenrolliano propriamente dito.

aqui, estes rapazes atiram-se, com brio e brilho, a um velha canção, proveniente de terrenos mais soul. música negra transformada por uns rapazes brancos que se chamam black. está certo - sem ironia.

imaginem: são 4h45, numa discoteca com patine e aquela patinha do tempo que certas coisas têm. o dj acalma as hostes lançando no ar esta cançãozita - fazendo as vezes dos famosos slows de antigamente. o som está óptimo, a música está alta, está calor lá fora e cá dentro, os black keys assumem os comandos.. o resto vocês já sabem, mesmo se pensam que não sabem.

never gonna give you up, no matter how you treat me
never gonna give you up, so don't think of leavin'


the black keys rule. e mai'nada.