07 outubro 2010


claro que, olhando para este blog, desde sempre a música guiou os meus passos. a música, entre todas as artes, é aquela com que é possível constuir uma identificação mais instantânea, menos processada. e, ao mesmo tempo, permite-nos uma adesão física e emocional e cerebral - ao mesmo tempo.

ao longo dos tempos, entre as centenas de bandas e cantores que admiro, existiram ciclos especiais, fases em que um determinado artista, uma banda, se tornou uma espécie de alter-ego, um outro eu, de certa maneira.

não admira, portanto, que tenham existido, à vez ou em simultâneo, o joão dylan. o joão cohen. o joão drake. o joão cave. o joão cale. o joão buckley. o joão cole.

contudo, alguns destes alter-egos assumiram, por vezes, uma força muito grande, ali, exactamente ali, onde se encontram o deslumbramento estético e a dimensão emocional / ética (sem abusar da força da palavra).

neste sub-grupo de personas minhas, podemos encontrar algumas referências óbvias: o joão violent femme, o joão smith, o joão caetano (ou joão veloso..), o celebérrimo (modéstia, rapaz!) joão blake. todos estes foram desmultiplicações desta pessoa que sou e/ou das pessoas que fui sendo.

hesito entre o qualificativo a atribuir aos rapazes ali de cima. as electrónicas subtis, os bleeps elegantes, os loops sofisticados, o bom gosto lento e lânguido, a memória dos crooners mais românticos, a forma de mostrar ao mundo que é possível fundir, a quente, modernidade e classicismo - tudo isto encontramos na música, nas canções, dos junior boys. é deles que falamos e desta nossa pequena, mas fiel, paixão, ao longos dos anos, pelas estupendas canções que vão partilhando com o mundo.

não admira, portanto, que me ocorra a expressão: joão, aka junior boy. não é a mais conseguida formalmente, concedo. mas é inteira na propriedade com que se me cola à pele (interior).

rapazes: às vezes é bom nunca se passar a senior. e é bem verdade que i'm no kind of man, when i'me here with you..