16 dezembro 2011




untitled words, untitled works


flores colhidas com os lábios. uma canção impossívelmente romântica, a rasgar a noite. poesia escrita a fogo e pele. um estremecimento qualquer. palavras inventadas, a sair do forno. uma semântica livre. liberdade sem perguntas. um abraço inesperado. um disco perdido. um bilhete para a alegria. uma canção eléctrica, a ferver, no meio da madrugada. a pergunta certa. não ter medo. entender que, às vezes, desaparecemos, mas que voltamos sempre. carácter. bondade inabalável. noites longas, largas, lentas, lânguidas, lábeis. a aurora numa cidade nova. café. filmes, como no meu tempo. o sporting. dignidade nos gestos. pele. a praia no inverno. a praia no verão, quando a tarde finda. conduzir no alentejo, de janelas abertas e coração aceso. jantares sem relógio. design, em sentido lato. simplicidade. conversar conversar conversar. laços de ternura. as memórias do meu país afectivo. sentido de família. espírito livre. gentileza em terra hostil. fósforos metafóricos. sol, sul, sal. amanhãs que teimam em cantar. brilho nos olhos dos outros. o conforto dos estranhos. amanheceres interiores. todos os/as avós do mundo. rostos desconhecidos que nos comovem. amor em estado puro. sensibilidade e bom-senso. absoluta fome de absoluto. coisas anacrónicas. palavras como crepitar, feérico, embriaguez, transbordante. roçar o ridículo para ousar o sublime. reconhecer os mestres. ter memória. a gratidão. heróis improváveis. amores impossíveis. generosidade desinteressada. pessoas que perguntam 'como estás?' e esperam pela resposta. valores. a estética da ética. a ética da estética. viver o melhor possível. livros que nos rasgam em mil. livros que nos reconstroem. filigranas subtis. a beleza de certas lágrimas. mudar a nossa rua. uma mão estendida. acreditar sempre. ler prosa e senti-la como poesia. ser justo. delicadeza avulsa. os detalhes. viagens cá dentro. horizontes em branco. esculpir palavras. tu, sujeitinha improvável, que talvez nem sequer existas. ou que talvez já tenhas morrido. ou que talvez ainda nem sequer tenhas nascido. que não - nunca - me desiludas.

2 Comments:

Blogger JdB said...

Só lhe acrescentava a fé, porque o resto está lá tudo. Tudinho, mesmo. Ou a fé é essa vontade de absoluto, como quem teve sede de infinito?

sexta-feira, dezembro 16, 2011 12:16:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Senti-me como se estivesse sem fôlego, quando acabei de ler esta volta à vida

terça-feira, dezembro 20, 2011 2:03:00 da tarde  

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