29 junho 2014



feel the same as you.

20 junho 2014


on the road, again, me and my friend.

18 junho 2014


on dying animals, ghosts, mirrors and other stories.

14 junho 2014




porque ainda arde(s)



Simple things like your over coat
and your beauty
That's still burning me
Let me hang around
Even if it's just some way to have

Some common burn
A common burn

So I spend the night in someone's house
that you clouded
Oh simple me that you fled
But we have that in common

A common burn
A common burn

Aware of atoms, I said
So many times before
You could sit around and have
Everything that you scored
Just don't come home and say
You've been asleep
When you know you're burning
Someone

That common burn
That common burn

10 junho 2014

Deitava-me cansado sobre a cama
E o descanso vinha
Sentava-me com fome à mesa
E a comida vinha
Esperava junto aos limoeiros
E a rapariga vinha
Era o antigo império da adolescência
E a vida vinha

Paulo José Miranda
trazias uma vírgula no coração e o cabelo de modo a mostrar a arma do rosto (..) que ninguém tem coragem de perdoar ao outro tê-lo deixado de amar (..) trazias uma vírgula no coração e o cabelo de modo a mostrar a arma do rosto.

Paulo José Miranda

09 junho 2014




tempos houve em que, em cada furioso nano-segundo,
te confundia com tudo o resto que em mim habitava

maneira minha de dizer, doce e amarga gentil menina,
que sozinha valias bem mais que todo o ouro do mundo.

07 junho 2014

04 junho 2014


Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e casta.
Não sei o que dizer, especialmente quando os teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e tu estremeces como um pensamento chegado. Quando
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima,
– eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
o coração é uma semente inventada
em seu ascético escuro e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a minha casa ardesse pousada na noite.
– E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes caem no meio do tempo,
– não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço –
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra vai cair da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me falta
um girassol, uma pedra, uma ave – qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,

que te procuram.


Herberto Helder